Para quem não assistiu ou para quem gostaria de ver novamente, o Auditório Onofre Lopes Digital está disponibilizando o II Concerto da Temporada Oficial da Orquestra Filarmônica da UFRN realizado no dia 13 de Abril de 2019. Estão disponíveis as apresentações das 18h e 20h, com os maestros André Muniz e Roberto Ramos respectivamente. A solista convidada é a pianista Isadora Rezende.

Primeira Sessão (18h)
Segunda Sessão (20h)

Programa

APPALACHIAN SPRING (1943-44) VERSÃO PARA ORQUESTRA COMPLETA
AARON COPLAND (1900-1990)

Copland compôs a Primavera dos Apalaches (Appalachian Spring) como um balé para Martha Graham, em uma comissão da Fundação Elizabeth Sprague Coolidge. A peça foi premiada com o Prêmio Pulitzer no ano seguinte de seu estreia (1944). Quando a partitura foi publicada pela primeira vez, Copland ofereceu este resumo da ação do balé:

Uma celebração pioneira na primavera em torno de uma fazenda recém-construída nas colinas da Pensilvânia, na parte inicial século XIX. A noiva e o jovem agricultor encenam as emoções, alegres e apreensivas, sua nova parceria doméstica convida. Um vizinho mais velho sugere agora, em seguida, a rochosa experiência da confiança. Um revivalista e seus seguidores lembram os novos chefes de família dos estranhos e terríveis aspectos do destino humano. No final, o casal fica quieto e forte em sua nova casa.

Hoje nós temos a incomum oportunidade de ouvir a música do balé completo, em vez da suíte de concerto mais familiar, na versão para orquestra completa.

PIANO CONCERTO NO. 20 EM RÉ MENOR, K.466 (1785)
WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791)

Solista convidada: Isadora Ferreira Rezende (12 anos).

Apesar da complexidade de sua obra, o apelo particular do Concerto, é fácil de identificar (apenas um dos dois escritos em tonalidade menor), e o mais abertamente sombrio, dramático e apaixonado. Historicamente, esses eram ingredientes essenciais, pois apelavam diretamente ao gosto romantizado do século XIX. Os concertos tardios para piano de Mozart compartilham uma estrutura geral comum. O primeiro movimento (Allegro) apresenta quatro ripienos 1 que suportam dois segmentos de solo e a cadência, através dos quais as forças se envolvem em uma complexa interação de competição e cooperação, desafiando e alimentando os temas, harmonias e ritmos um do outro. O segundo movimento (Romance) é um andante, lento e relaxante, muitas vezes.
O ripieno é uma indicação que foi usada principalmente nas composições musicais dos séculos XVII e XVIII para distinguir o grande grupo de instrumentos do grupo de solistas. Conduzidas pelo piano, no qual a antiga luta é suplantada pela graça brilhante, calma e fluida. O finale (Allegro assai) é um Rondo, em que a orquestra e o solista alternam seções em uma colaboração que se move em direção a um final revigorante e totalmente edificante. As duas cadências (nos primeiro e terceiro movimentos), interpretada esta noite por Isadora são as de Ludwig van Beethoven o qual foi marca- do profundamente por esta peça, descrevendo-a como “enfatizando o drama”.

DANSE BACCHANALE (1877)
CAMILLE SAINT-SAËNS (1835-1921)

O Bacchanale fica no começo do terceiro Ato da Opera Sansão e Dalila. No templo de Dagon em Gaza, os filisteus estão preparando um sacrifício em gratidão por sua recente conquista de Sansão, o líder dos hebreus rivais que eles o aprisionaram, depois de Dalila ter raspado o cabelo (que foi a chave para perder seu poder). Os filisteus trabalham em um frenesi neste momento da dança. O cabelo de Sansão cresceu ao seu comprimento anterior e ele vai em breve chamar a Deus para restaurar sua força, o qual ele usa para quebrar o templo e o deixar nas ruínas. Saint-Saëns enche sua dança comemorativa com linhas melódicas sinuosas e toques de “exotismo oriental”, bem como a seção de percussão particularmente exuberante.

SOLISTA: ISADORA REZENDE

Isadora Rezende iniciou na música através do Curso de iniciação Artística na UFRN e aos seis anos passou a estudar piano com a Profa Regiane Yamaguchi. Fez seu primeiro recital solo aos sete anos. Em 2015 foi convidada pelo Prof. Miguel Proença a apresentar-se no Espaço BNDES no Rio de Janeiro, no concerto Jovens Talentos. Em 2016 alcançou a primeira colocação em sua categoria no concurso Steinway-Caio Pagano, realizado pela USP – Ribeirão Preto. Participou de aulas com os professores Miguel Proença, Lúcia Barrenechea, Michael Uhde, David Korevaar, Mauricy Martin, Markus Stange, Guigla Katsarava, Eduardo Monteiro, entre outros. Foi aluna de Percepção e solfejo do maestro André Muniz, da profa Maria Clara Gonzaga, frequentando atualmente as aulas do Prof. Danilo Guanais. Em 2017, com o auditório da Escola de Música da UFRN repleto, realizou Recital solo em comemoração aos 5 anos de estudos. Em 2018, obteve a primeira colocação em sua categoria no concurso Souza Lima (SP). Em 2019, foi selecionada como bolsista do Festival Orford Musique, em Montreal, Canadá. É aluna da classe de piano do prof. Guilherme Rodrigues, na UFRN.

ANDRÉ MUNIZ (REGENTE)

André Luiz Oliveira Muniz é Pernambucano. Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), obteve seu doutorado em música pela Universidade de Montreal – Canadá na área de Regência de Orquestra sob a direção de Jean François Rivest. Também estudou com personalidades musicais como professores: Isaac Karabtchevsky, Henrique Gregory e Michel Corboz.
Dirigiu o Madrigal da Escola Madrigal de Musica da UFRN com o qual ganhou os prêmios de Melhor Coral e melhor interpretação de peça de confronto Parte II Concurso no Coral da Fundação Nacional da Cultura do Brasil. Fundou a Orquestra Sinfônica da Universidade (OSUFRN) e desenvolve atividades intensas com esta, dentre as quais destacam-se vários concertos internacionais. Em 2015, a OSUFRN foi a primeira orquestra de universidade brasileira a tocar na Europa, fazendo apresentações na Hochschule für Musik Karlsruhe – University of Music (Alemanha), recebendo aclamação do Jornal Wohlklingnde Begegnung alemão: “Sob a regência clara de André Muniz, as duas orquestras tocaram com ênfase as poderosas passagens rítmicas da obra Museu da Inconfidência de César Guerra-Peixe”. Em 2018, conduziu uma pequena tournee da OSUFRN, em conjunto com o Madrigal da UFRN, realizando três performances de sucesso na Itália, em que se destaca o magnífico desempenho diante do Papa Francisco, em audiência geral na Sala Paulo VI.
Suas atividades, enquanto regente de orquestra, têm performances em frente de vários grupos, como a Orquestra Sinfônica da Paraíba, Orquestra Sinfônica de Sergipe, Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, Orquestra de Câmara da Universidade de Montreal, Orquestra do Estado de Mato Grosso e Orquestra ULBRA. A partir de 2014, ele desenvolve uma atividade contínua com as Orquestras Chilenas. É membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRN.

ROBERTO RAMOS (REGENTE)

Roberto Ramos nasceu na Venezuela, aos cinco anos mudou-se para os Estados Unidos entre os estados de Miami, Flórida e Nashville, Tennessee onde começou seus primeiros passos em direção à música no coro e banda das escolas tocando percussão, em 1999 retornou para a Venezuela. Em 2001, retomou seus estudos musicais, desta vez com o trompete no Núcleo Escuque (Edo. Trujillo) pertencente ao Sistema Nacional de Coros Juvenis e Infantis e Orquestras da Venezuela, também conhecido como El Sistema. No ano seguinte, ele começou a dar aulas em diferentes partes do estado e começou suas atividades na Orquestra Sinfônica do Estado Trujillo, em paralelo, ele continuou seus estudos de trompete e teoria na escola de música Laudelino Mejías, nesse mesmo ano, regeu pela primeira vez aos catorze anos a Orquestra Infantil do Núcleo onde começou.
Em 2006 ele se mudou para a capital (Caracas) para a realização de estudos na área de regência orquestral na Universidade Nacional Experimental das Artes (UNEARTE), antigo Instituto Universitário de Estudos Musicais (IUDEM), com os professores Rodolfo Saglimbeni, Alfredo Rugeles e Carlos Sala Ballester, paralelo entra no Conservatório de Música Simon Bolívar e Orquestra Sinfônica Juvenil do Caracas. Em 2008, ele se aposentou da orquestra para começar como professor de trompete cadeira no Núcleo La Rinconada, em que ele também regeu na Orquestra das Crianças do núcleo, que ganhou o 1o lugar no Festival Orquestras das Crianças da Região da Capital do ano 2011-2012 realizada pela FUNDAMUSICAL SIMON BOLIVAR. Também participou do Festival de Jovens Diretores, feito pelo Sistema de Orquestras da Venezuela. Com o tempo, tornou-se diretor do Núcleo La Rinconada, Coordenador Estadual do Eixo Sul da Gran Caracas e diretor da Orquestra Sinfônica Jovem da Inocente Carreño. Ele é constantemente convidado a liderar e ministrar aulas nos núcleos regionais e orquestras do país, auxiliando na formação musical de crianças e jovens. Sua formação acadêmica foi construída pelos diferentes professores, Eduardo Alburua, Silbri Silie, Fernando Quintero, Luis Melo, Gaudy Sánchez, Max Sommerhalder e Jairo Hernández (trompete). Cursos e aulas de regência orquestral com os professores Miguel Ángel Monrroy Francisco Noya (Escola de Música Berklee), Rubén Capriles, Tom Zelle (Universidade North Park Chicago), David del Pino Klinge (Universidade do Chile), Collin Metters (Royal Academy London). Em 2016, foi convidado a apresentar uma audição para o Regente Adjunto da Rádio da Polônia, localizado na cidade de Katowice. Atualmente, é aluno do Mestrado em Direção de Orquestra do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com o Maestro André Muniz, e ao mesmo tempo é o Regente Adjunto da Filarmônica da UFRN.