O VIII Concerto da temporada Oficial da Filarmônica da UFRN aconteceu durante a Semana da Música de 2019 na Escola de Música da UFRN. O concerto “Jazz Sinfônico” aconteceu no dia 19 de Novembro de 2019 no Auditório Onofre Lopes da Escola de Música da UFRN. Neste concerto teremos uma composição e um arranjo do Prof. Anderson Pessoa, além da participação dos professores Airton Guimarães (Baixo Acústico), Cleber Campos (Bateria) e do pianista Paulo César Vitor.
Programa:
Orquestra Filarmônica da UFRN
Maestro: André Muniz
Anderson Pessoa (1974)
Adeus ao Velho Contador de Histórias (2010)
Victor Assis Brasil (1945 – 1981) arranjo: Anderson Pessoa
Arroio (1971)
Sax: Anderson Pessoa
Piano: Paulo César Vitor
Contrabaixo: Airton Guimarães
Bateria: Cleber Campos
Claude Bolling (1930)
Suíte para Orquestra de Câmara e Jazz Piano Trio (1983)
I. Gracieuse
Piano: Paulo César Vitor
Contrabaixo: Airton Guimarães
Bateria: Cleber Campos
Claude Bolling (1930)
Suíte para Orquestra de Câmara e Jazz Piano Trio (1983)
IV.Aria e Animie
Piano: Paulo César Vitor
Contrabaixo: Airton Guimarães
Bateria: Cleber Campos
George Gershwin (1898-1937)
Um americano em Paris (1928)
Anderson Pessoa (1974)
Adeus ao Velho Contador de Histórias (2010)
Adeus ao Velho Contador de Histórias, escrita em janeiro e fevereiro de 2010 quando do falecimento do avô do autor, é uma homenagem a um velho mineiro que não se cansava de contar as histórias vividas por ele e por sua família quando viviam na ”roça”, no interior do estado de Minas Gerais, onde nasceu e viveu até a mudança pra Brasília. Envolventes e excitantes para as os netos, suas histórias envolviam onças, serras, cavalos, disputas de terra, seres mitológicos, e tudo mais que um lavrador atento e criativo poderia contar para crianças da cidade grande. Assim, como nas histórias do velho, ao longo do tempo as melodias da peça, inicialmente apresentadas isoladamente e com limites claros, começam a se entrelaçar e se sobrepor, perdendo os limites óbvios entre uma e outra. Na fala do avô, a clareza nos limiares das histórias não fazia a menor falta, pois a cada vez que se entrelaçavam, suas histórias ficavam ainda mais interessantes. A peça tenta trazer para a música um pouco da sensação que o autor tinha ao perceber que uma história tinha se misturado com a outra, mas que, exatamente por causa disso, tinha se tornado ainda mais interessante.
Victor Assis Brasil (1945 – 1981)
arranjo Anderson Pessoa (2011)
Arroio (1971)
Arroio é uma composição de Victor Assis Brasil, gravada por Airton Moreira em 1971. O arranjo para orquestra de cordas e quarteto de jazz foi encomendado em 2011 pelo professor Mike Tracy para um concerto com a Orquestra Sinfônica de Loja, Equador. A temática nordestina, característica da composição (um baião), foi explorada na parte das cordas em combinação com a rítmica do quarteto. O arranjo ainda abre espaço para os improvisos do quarteto.
Claude Bolling (1930)
Suíte para Orquestra de Câmara e Jazz Piano Trio (1983)
I. Gracieuse
IV.Aria e Animie
A América do século XX exportou o Jazz para o resto do mundo, e a Europa o abraçou de todo coração. Um prodigioso pianista de jazz aos 14 anos, Claude Bolling tornou-se líder de um pequeno grupo que conquistou o primeiro lugar nos sondagens de jazz da Europa por cinco anos consecutivos. Ele gravou pela primeira vez aos 18 anos e continuou sua música “underground” durante a Segunda Guerra Mundial, pois o Jazz era proibido pelos nazistas. Essa experiência valeu a pena no final da guerra, quando muitos músicos de jazz chegaram a Paris. Ele rapidamente se tornou o pianista mais procura- do para realizar concertos e gravação de discos. Ao longo dos anos, Bolling fez amizade com muitos músicos clássicos que pediram que ele compusesse música para eles. Ele escreveu uma série de composições que justapõem os idiomas barroco e jazz, sendo o Suíte para Orquestra de Câmara e Jazz Piano Trio uma delas.
Na era barroca, uma suíte era uma composição instrumental com movimentos de dança. Nesta Suíte, no entanto, o termo é usado em sua aplicação moderna, significando uma composição instrumental com vários movimentos contrastantes. Há também uma grande flutuação de humor dentro dos movimentos causados pelo diálogo constante entre o jazz e os elementos clássicos que parecem lutar, estimular, imitar e interromper um ao outro. A suíte tem cinco movimentos, mas apenas dois serão interpretados hoje; Gracieuse, Aria e Anime.
George Gershwin (1898-1937)
Um americano em Paris (1928)
Um americano em Paris é uma peça orquestral influenciada pelo jazz. Foi inspirada no tempo que Gershwin passou em Paris e evoca as vistas e a energia da capital francesa na década de 1920.
Naquela década o Walter Damrosch (Regente da Filarmônica de Nova York) pediu a Gershwin que escrevesse um concerto completo após o sucesso de Rapsódia in Blue (1924). Gershwin marcou a peça para os instrumentos padrão da orquestra sinfônica, além de celesta, saxofones e buzinas de auto- móveis. Ele trouxe quatro buzinas de táxi parisienses para a estreia em Nova York da composição.
As características mais atraentes da obra são suas maravilhosas melo- dias, tais como a seção central de blues com solo de trompete e sua orquestração brilhante, apresentando aquele quarteto chocante de buzinas de táxi parisienses. “Não é uma sinfonia de Beethoven, você sabe”, comentou Gershwin, talvez em reação às reservas elitistas sobre a alegria predominante da obra. “Se agrada ao público da sinfonia como uma peça leve e alegre, uma série de impressões expressas musicalmente, ela consegue.”
Anderson Pessoa, Sax
Nascido em Brasília, Anderson Pessoa formou-se pela Universidade de Brasília bacharel em saxofone clássico. Apesar de nunca ter abandonado o seu lado erudito, foi no jazz e na música brasileira que Anderson Pessoa construiu sua carreira. Participou de diversos grupos importantes para a vida cultural de Brasília como Os Cachorros das Cachorras e o Quarteto de Saxofones Babando o Bambu, além de atuar em performances e gravações com grupos e artistas de renome com a Orquestra do Teatro Nacional Cláudio Santoro, Milton Nascimento, Renato Vasconcellos, Hamílton Pinheiro, Daniel Santiago, André Vasconcellos, Rogério Cetano, Bsb Disco Club entre outros. Atuou como músico, arranjador, compositor e educador em Brasília até 2007 quando embarcou para Louisville nos Estados unidos para fazer mestrado em jazz performance. Em Louisville, como professor-assistente dirigiu o Brazilian Ensemble, Combos, U of L Jazz String Quartet e o Jazz ensemble II. Como Professor Substituto assumiu em tempo integral o Jazz Ensemble II e as classes de Arranjo I e Arranjo II. Ainda nos Estados Unidos gravou com Terry O’Mahoney, Mike Tracy e com seu próprio grupo o Mixolegion, com o qual fez turnê de 9 apresentações em festivais de jazz na Rússia, além de ter composições suas gravadas por outros artistas como Mike Tracy e o pianista italiano Alessandro Logiri. Anderson Pessoa formou-se como “Outstanding Student” (Aluno destaque de todos os cursos.) da universidade no segundo semestre de 2009, sendo escolhido orador da formatura “Fall 2009”. Atualmente, Anderson Pessoa trabalha como professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte nas cadeiras de Saxofone e improvisação, e coordena um grupo de extensão e pesquisa em improvisação livre e o Ciclo de Jam Sessions. Gravou com seu novo Grupo, “Tem um Candango Lá em Casa”, formado por Airton Guimarães (baixo), Darlan Marley (Bateria) e Paulo Cesar PC (piano), um CD homônimo no qual registrou composições mais antigas que ainda não haviam sido gravadas. Recentemente participou como educador do Jazz Week da Universidade de Louisville e gravou nos Estados Unidos, um CD intitulado “Contrafacts”. Participaram do projeto músicos americanos e brasileiros, alunos e professores da Universidade de Louisville. Coordena os grupos de extensão universitária G.I.L. UFRN (Grupo de improvisação livre da UFRN) e o combo Jazz Pandemia.
Paulo César Vítor, piano
Paulo César Vítor, pianista, concluiu o mestrado em música do século XX e XXI sob orientação do Prof. Durval Cesetti e bacharelado em música com habilitação em piano – sob orientação da Profa. Adriana Oliveira. Estudou com vários professores da área erudita e popular entre eles, Luci Montssarrat (Canadá), Paulo Steinberg (Brasil-EUA). Em 2005 foi contemplado com uma bolsa integral para o Festival Internacional de Inverno de Brasília onde teve aulas com a pianista Ayami Ykeba (Japão-Austria). Atuou como solista sob a regência dos maestros André Muniz Vladimir Silva, Ranilson Farias, Luiz Carlos Durier e Rafael dos Santos. Entre os anos de 2008 e 2012 fez parte do corpo docente da Universidade Federal do RN na qualidade professor de piano e pianista colaborador . Participou como professor de piano popular da semana da musica da UFRN em 2008 e 2009, Festival Internacional de Música de Campina Grande entre os anos 2013 a 2017, do Festival Jazz e Blues na cidade de Guaramiranga (CE) entre outros. Atualmente é pianista do quadro efetivo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Aírton Guimarães, contrabaixo
Aírton Guimarães, nasceu em João Pessoa – PB. É Bacharel em Contrabaixo Acústico pela UFPB e Mestre em Performance PPGMus/UFRN. Atuou em várias Orquestras Sinfônicas do País, como também em formações de música de câmara. Desenvolve uma intensa atividade como contrabaixista na música popular, em gravações na música instrumental Brasileira, como o Humberto Luiz Trio, Eduardo Taufic Trio, Anderson Pessoa, Sérgio Farias, Jubileu Filho, Di Stefano, Antônio de Pádua, Joca Costa, Darlan Marley, dentre outros. Também participou de gravações e shows com grandes artistas da Música Popular Brasileira, como Toninho Horta, Geraldo Azevedo, Ricardo Silveira, Artur Maia, Nelson Faria e Renato Braz, dentre outros. Atualmente é professor de contrabaixo acústico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e membro do Quarteto Paraibass.
Cleber Campos, bateria
Possui Graduação / Bacharelado em Música – Percussão Erudita e Graduação / Bacharelado em Música – Música Popular (Bateria), ambos pela UNICAMP Como baterista atou em diversos grupos instrumentais, destacando: Carontes, Intergalize, Quarteto Jazz Café, Big Band Canavial e Big Band Na Gaveta. Tocou com importantes percussionistas como Stuart Marrs (EUA), Anders Astrand (Suécia), Angel Frette (Argentina), Igor Lesnik (Croácia), Michael Udow (EUA), Carmen Carrigó (Espanha), dentre outros.
André Muniz, regência
André Luiz Oliveira Muniz é Pernambucano. Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), obteve seu doutorado em música pela Universidade de Montreal-Canadá na área de Regência de Orquestra sob a direção de Jean François Rivest. Também estudou com personalidades musicais como professores: Isaac Karabtchevsky, Henrique Gregory e Michel Corboz. Dirigiu o Madrigal da Escola Madrigal de Musica da UFRN com o qual ganhou os prêmios de Melhor Coral e melhor interpretação de peça de confronto Parte II Concurso no Coral da Fundação Nacional da Cultura do Brasil. Fundou a Orquestra Sinfônica da Universidade (OSUFRN) e desenvolve atividades intensas com esta, dentre as quais destacam-se vários concertos internacionais. Em 2015, a OSUFRN foi a primeira orquestra de universidade brasileira a tocar na Europa, fazendo apresentações na Hochschule für Musik Karlsruhe – University of Music (Alemanha), recebendo aclamação do Jornal Wohlklingnde Begegnung alemão: “Sob a regência clara de André Muniz, as duas orquestras tocaram com ênfase as poderosas passagens rítmicas da obra Museu da Inconfidência de César Guerra-Peixe”. Em 2018, conduziu uma pequena tournee da OSUFRN, em conjunto com o Madrigal da UFRN, realizando três performances de sucesso na Itália, em que se destaca o magnífico desempenho diante do Papa Francisco, em audiência geral na Sala Paulo VI. Suas atividades, enquanto regente de orquestra, têm performances em frente de vários grupos, como a Orquestra Sinfônica da Paraíba, Orquestra Sinfônica de Sergipe, Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, Orquestra de Câmara da Universidade de Montreal, Orquestra do Estado de Mato Grosso e Orquestra ULBRA. A partir de 2014, ele desenvolve uma atividade contínua com as Orquestras Chilenas. É membro permanente do Programa de Pós- -Graduação em Música da UFRN.